Ao sol de um agosto tocantinense (muito calor!!!), decidimos explorar a Serra do Carmo que ladeia a cidade de Palmas, fazendo a subida do Limpão, nome dado a um lugar donde se observa uma vista panorâmica da cidade.
Deixamos o carro no início da subida da serra e já avistamos uma linda flor de cor branca (Mandevilla sp.) e próximo a ela uma árvore com miúdas flores amarelas (Heteropterys byrsonimifolia A.Juss.).
Logo ao iniciar a subida, nos primeiros 200 metros já pudemos observar a predominância de árvores de médio porte, sendo que inúmeras delas se encontravam secas, sem folhas, o que favorecia a apreciação de seus trocos tortuosos, e evidenciava a sequência de Fibonacci, presente nelas.
Ao longe avistamos um terreno rochoso, e decidimos ir ate ele. Para chegar ate lá tivemos que descer um perigoso declive, e nele tivemos uma grata surpresa: ao sentar por um instante para descansar, olhamos para o alto e tivemos essa experiência única que mostro a vocês a seguir. O vento da brisa, os farfalhas das folhas, o cantar do pássaro, o contraste da folhas vermelhas e verdes tendo como pano de fundo o céu azul foi um momento sublime.
Extasiados seguimos "viagem" e alguns metros adiante chegamos em um terreno plano onde haviam muitas árvores e arbustos.
Então, encontramos a (Norantea guianensis Aubl.), nos presenteava com sua floração em tons de magenta e seu formato de nada convencional para uma flor. Queríamos fazer um registro da flor, mas a árvore estava em um terreno de forte declive, mas com obstinação e tanto de coragem fizemos a coleta e pudemos ver e fotografar os surpreendentes detalhes desta belíssima flor.
Seguindo a caminhada, pudemos constatar que a natureza nos traz pequenas surpresas a todo instante, basta estar atento. Abaixo à direita vemos a embaúba prata (Cecropia hololeuca).
E logo em seguida, m meio a tantas rochas, uma delicada, pequena e rosada Tibouchina sp, surge e podemos constatar que nosso olhos já estão treinados para encontrar as miudezas do cerrados rss.
No percurso quando o sol estava, quase que a pino, nos trouxe uma luz de magnífico contraste em relação as árvores secas que continuávamos a ver em todo o caminho. A imagem que tínhamos eram desenhos finos e imbricados em primeiro plano sob o fundo azul do céu.
Ao contrário do que havíamos visto nas outras imersões, o terreno se mostrava cheio de enormes pedras, assim com das árvores do cerrado tipicamente tortuosas, também estavam ali presentes.
As inusitadas formações rochosas...pequenas pedrinha incrustadas na rocha à esquerda, pedra no formato de coração ao centro, e a direita formato semelhante uma grande serra.
Podendo ser avistada de longe graças a seu intenso brilho amarelo, a Ouratea semiserrata (Mart. & Nees) Engl., traz uma composição de folha e pequenas flores digna de plantas ornamentais. Plantas como esta nos remete ao pensamento de como as flores do cerrado são subestimas, pois sua beleza poderia colocá-las dentro dos plantas ornamentais, o que evitaria a extinção em massa que vem ocorrendo. Pois infelizmente sabemos que a proteção à natureza atualmente só ocorre quando de encontro aos interesses comerciais.
O registro em fotografia panorâmica deste impactante terreno tipicamente pedregoso.
Subimos mais alguns metros e pudemos apreciar a bela vista da cidade de Palmas. Sugiro que clique em cada fotografia para ver melhor a cidade ao fundo.
Após mais uma pausa para contemplação, seguimos subindo, e pudemos ter mais registros de pedras e árvores secas. Observamos que haviam muitas marcas do homem, a mata estava toda marcada por trilhas e estradas.
No ponto mais alto da montanha, tivemos a deslumbrante vista do vale e da Serra do Carmo. O silêncio, interrompido somente pelo barulho dos pássaros, o vento, trouxe a sensação de plenitude, paz e sinergia com a natureza que estava em todo o redor.
Na volta desfrutamos de uma das mais deliciosas frutas do cerrado, o cajuí (Anacardium nanum), que é um caju pequeno, de sabor pronunciado e doce, muito popular em nossa região.
Após chegar ao topo, voltamos pela trilha do "limpão". A descida dessa vez era de estrada que aparentemente passa carros, motos e pessoas com muita frequência. Não me espanta um lugar tão belo ser um ponto de encontro para amantes do ecoturismo e praticantes de trilhas. Contudo, infelizmente a falta de consciência ambiental e de preservação também puderam ser vistos, através de restos de embalagens de alimentos deixados pelo caminho.
Como essa foi nossa última imerso, saímos com o sentimento de nostalgia e a vontade de ainda fazer outras aventuras na mata. Uma projeto exitoso sempre nos da o sentimento de "quero mais" rss.
Repassamos em nossa mente e conservamos sobre todos os locais onde estivemos, todos a aprendizado que a imersão na natureza trouxe, todo os trabalho produzido e experimentos realizados, com os recursos, imagens e inspirações e matérias primas oriundas na natureza. Certamente que toda essa experiência de projeto de pesquisa gerou e irá gerar muitos trabalhos, com essa temática tão importante que nos cerca e que temos que colocar em voga, o bioma do cerrado.
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